Um Abril no São Luiz

Já passam largos minutos das 21 horas. Está na altura de abrir o pano.

O São Luiz está pronto. “Quem são os primeiros? São os de Guimarães”, dizem pelos corredores.

A esta altura, a correria é cada vez menor. Resta deixar o espetáculo começar.

E assim foi.

Começou muito cedo esse dia, mais cedo do que em todas as longas semanas de trabalho para juntar numa noite cinco tunas que iriam celebrar a revelação de uma sexta.

Era preciso mostrar uma nova tuna à sua cidade. E o São Luiz era o palco que se impunha, mesmo a precisar das obras a que pouco tempo depois teve direito. A Câmara de Lisboa ofereceu-nos esse presente.

Faltava o resto. Pensar numa forma de pagar os técnicos da Rádio Renascença, que lidaram com o som como ninguém, de garantir cama para algumas das tunas convidadas, de festejar depois do que se viveu em palco.

E tudo isso foi possível, com mais ou menos percalços, sinais de um grupo formado dezasseis meses antes, por homens que pouco se conheciam e que apenas sonhavam que era possível fazer perdurar o que foi criado a 4 de dezembro de 1997.

“Já acabou a Afonsina? Então agora é a Portucalense. E que se prepare já a Cartola, porque a seguir temos de ir para intervalo”.

Uma pausa que revelou quem lá estava naquela noite. Família, amigos, mas também aqueles a quem a dúvida da longevidade do projeto não os impediu de pagar bilhete.

“Que entre a Fernando Pessoa e que a malta da Camoniana se prepare. De quem é o carro que não deixa os 28 passar?”

Só resta a Tuna Académica de Lisboa.

E há vinte e um anos, o pano abriu-se. Para sempre.

Crónica por Henrique “Chefe” Santos

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1 Comentário
  • João Redondo
    Postado em 19:15h, 24 Abril Responder

    Abraço Henrique !

    Redondo

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